sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Petrobras passa por inferno astral e perde valor na bolsa. Bancos rebaixam Petrobras com dados que já eram conhecidos há um mês.
A conclusão da maior oferta de ações da história poderia ter sido um alívio para a Petrobras, que enfim se veria livre da especulação que atingiu seus papéis meses antes do fim da operação. Mas os últimos pregões têm mostrado que a expectativa era infundada.
As ações da Petrobras caíram ontem para o menor preço desde março de 2009, o maior recuo entre as principais produtoras de petróleo do mundo. No mês, perderam 7,3%, em 30 dias, 13% e no ano, 30%. A estatal passou da quarta empresa mais valiosa no mundo, no início de setembro, para a 11ª colocação, com valor de mercado de US$ 203,05 bilhões.
São várias as razões para o inferno astral da companhia. O segundo turno nas eleições presidenciais trouxe certa instabilidade ao mercado, que já colocara nos preços a vitória da candidata Dilma Rousseff. Boatos relacionados ao processo eleitoral tiveram efeito negativo.
O que de fato existe até agora, que poderia justificar a queda das ações, é que novamente a companhia não conseguiu cumprir a meta de produção e que os primeiros relatórios divulgados por analistas de bancos coordenadores da oferta reduzem o preço-alvo de seus papéis. Itaú Corretora e Barclays Capital rebaixaram também a recomendação das ações, de compra para neutro.
As principais preocupações dos analistas que revisaram a recomendação para as ações envolvem a diluição dos acionistas, o preço do barril considerado na cessão onerosa, a eventual necessidade de nova oferta de ações em futuro próximo e a orientação política da empresa.
“Se não tivesse flutuação de curto prazo seria uma operação de outro mundo”, afirma Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. “Alguns bancos saíram com relatórios mudando a classificação, mas a maioria manteve a recomendação”. Segundo ele, a Petrobras terá de captar US$ 60 bilhões para financiar investimentos nos próximos 5 anos.
De fato, os preços-alvo apontados pelos analistas, apesar de terem sido reduzidos, continuam a indicar um potencial de alta para os papéis. As ações preferenciais (sem direito a voto) da empresa fecharam ontem a R$ 25,30, enquanto as ordinárias (com direito a voto) encerraram o dia cotadas a R$ 28,31.
Silvia Fregoni, Fernando Torres, Ana Paula Ragazzi e Rafael Rosas | VALOR
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